“Um mundo silencioso... onde palavras não são
necessárias para expressar todo e qualquer sentimento, assim é o
universo da arte e do artesanato... A comunicação universal concretizada
em texturas e formas podendo ser apenas compreendidas por nossos
sentidos são o alvo do talentoso artista plástico e artesão José
Carlos...”
O paulistano artista plástico e artesão José Carlos Martinho da Silva,
55, esposo há 28 anos da simpaticíssima Maria Luiza da Silva, pais da
bela Mariana, 25, e do decidido Daniel, 24, escolheram a cidade de
Ubatuba para viver, onde estão há cinco anos.
José Carlos, como é conhecido artisticamente, exibe inúmeros talentos,
porém foi após sua aposentadoria, em 96, que pode dedicar-se a sua arte
até então praticamente secreta. Inspirado em seu irmão mais novo,
escultor, ele ousava algumas pinceladas, mas com humor, confessa: “Minha
primeira margarida mais parecia um ovo frito”. Foi então que resolveu
fazer um curso, logo encontrou seus próprios traços e pegou gosto em
criar: fez cerâmica, velas perfumadas e até pinturas em panos de prato;
logo vieram as telas.
Já em Ubatuba, sua esposa, sempre incentivadora dos talentos do
companheiro, procurou a Fundart e ele foi aceito na Praça das Artes,
onde pode conhecer a artista Marilu que lhe acrescentou conhecimentos,
assim como tantos outros talentosos artistas locais. Suas telas
apresentam traços de impressionismo que transcendem o óleo sobre tela.
Mas o artista, que mais fala com olhar que com suas palavras um tanto
tímidas em relação a seu talento, parece expressar-se com o mundo
através de sua arte e artesanato. São neles que encontramos toda a sua
verdade, na obra que leva traços por vezes firmes, decididos, coloridos,
inseguros, suaves e até mesmo delicados, tudo isso em um conjunto belo e
perfeito, eu diria um complexo de sutilezas e beleza interior. Ele nos
surpreende a cada instante... das suas mãos que são conduzidas por seus
sentimentos brotam possibilidades de novos caminhos expressados em um
momento de silêncio, o momento em que esta se expressando para o mundo e
para todos que o cercam, eternizando e materializando em forma de obras
de arte e artesanato e até mesmo a culinária... Seja no barro
(cerâmica), que simboliza a terra, seja em troncos quando esculpe as
mais encantadoras casas de passarinhos, que simbolizam suas raízes e seu
lar, seja com materiais reciclados, como a própria fibra do coqueiro em
forma de porta-retratos, parecendo querer dizer: “estamos todos aqui, eu
e vocês parte do mesmo mundo”. Ou de suas telas que falam de linhas
certas das quais nossos ancestrais nos ensinaram como correto, expressas
em suas casinhas regulares ou em suas flores, que dizem que tudo ainda
pode ser perfeito, ou do mar turbulento expressado em suas marinas, que
parecem dizer: “entendemos este mundo oceânico muito bem mas fazemos
parte dele mesmo assim e por isso o contemplamos, amamos e temos orgulho
de sua beleza e de seus frutos”.
Quem quiser conhecer as obras deste artista que exibe talentos é só
visitá-lo na Praça da Artes, nos finais de semana, feriados e temporada,
nas proximidades do Cruzeiro, na orla da av. Iperoig, ou em seu ateliê
residencial, sito a rua Bobo Tomé, 504, ap. 23 - Lázaro.
Maiores informações, pelo fone: (12) 3842-1707
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